Por Leo Dias
‘Paredão
Metralhadora’, da banda Vingadora, foi a música deste Carnaval.
O país parou para
dançar a canção.
E a líder do grupo, Tays Reis, de apenas 20 anos, está em
êxtase com tamanho sucesso.
Mesmo exausta da maratona do Carnaval, Tays conversou com a
coluna abertamente e contou um pouco sobre a rápida consagração, a disparada de
seu cachê e as mudanças que pretende fazer no corpo, agora que está famosa.
Confira!
Você foi o nome do
Carnaval em Salvador. Você sabe disso, né?
Pouquinho, pouquinho.
Acho que é o resultado de um trabalho bacana que a gente tem feito, a Vingadora
é uma banda muito profissional, respeita muito o nosso público, é uma banda
totalmente unida.
Você é muito nova,
tem 20 anos. Você é do Sul da Bahia e passou a primeira vez o Carnaval em
Salvador, é tudo muito estranho, tudo muito surreal… Como que a menina que
passou o Carnaval pela primeira vez em Salvador é o nome do lugar?
Tudo estranho, tudo
louco mesmo, coisa divina, porque eu nunca curti o Carnaval em Salvador como
foliã e eu nunca pensei que a primeira vez ia ser puxando um trio ou como a banda
do momento ou como a música do ano. Aconteceu tudo ao mesmo tempo e a Vingadora
só tem um ano. Nós conseguimos embarcar numa história muito valiosa e nossa
música tocando no Brasil todo, artistas cantando, e ser o hit do Carnaval…
aconteceu muito rápido. Nunca pensei em estar ao lado de Ivete e eu fiz três
participações com ela.
Mas me conta um pouco
da sua história…
Eu sou natural de
Ilhéus, Sul da Bahia e fui criada em Itabuna. Vivi a minha vida toda tranquila,
eu era uma menina que gostava de música, que gostava de tocar violão, que fazia
aulas de vocal, curtia festivais de escola, ia para festivais de música, essas
coisas.
Quando você pensou: quero ser cantora?
Estava pensando em
ser jornalista, uma coisa totalmente diferente, e do nada eu recebi uma ligação
do meu empresário atual, Aldo Rebouças. A gente sempre jogou aberto um com o
outro, ele nunca me prometeu nada que a banda ia fazer sucesso, a gente sempre
foi pé no chão. Com um mês a gente começou a separar as músicas, pensou num repertório
todo autoral e hoje pensamos em vender o feminismo nas nossas composições,
mostrando um pouco da mulher. A gente pensou no nome As Vingadoras porque a
gente veio quebrando esse preconceito. Aqui mulher é a tal da arrochadeira,
então somos a única banda no mercado que tem mulher arrochadeira.
Como assim, me
explica?
Porque aqui o arrocha
é um ritmo totalmente masculino.
O que é arrochadeira?
Não é arrocha?
É uma mistura de
pagode com arrocha.
É o que o Léo Santana faz?
Léo Santana faz
pagode, Pablo faz arrocha, arrochadeira é a mistura, o ‘Gordinho Gostoso’ é
arrochadeira.
Mas existe algum
preconceito ou não?
Sim, as pessoas
tinham muito preconceito no início, todo mundo fechava as portas dizendo que
mulher não sabia nem fazer pagode, que dirá fazer arrochadeira. Falavam que não
ia vingar.
E o seu primeiro
disco foi lançado quando?
Nosso primeiro disco
foi lançado em outubro do ano passado, em novembro, começou a tocar, em
dezembro, no interior todo, aí em janeiro, começou a tocar, tocar, tocar. No
interior é assim, você lança um disco e tem que lançar mais músicas, porque
enjoa e ninguém quer te ouvir mais.
Então é tudo muito
recente?
Artistas começaram a
postar vídeos com a música ‘Metralhadora’, fazendo as dancinhas e tal. Aí Ivete
começou a cantar, Safanão começou a cantar. Fizemos o clipe, tem um mês que
lançamos e hoje já tem cinquenta milhões de visualizações.
Aquele clipe que você
está vestida como militar?
É. E eu acabei de
ganhar o Youtube de Carnaval pelo clipe ter mais acessos em apenas um mês e
ganhei também cantora revelação pela Band Folia nesse Carnaval.
E a música do
Carnaval também, né? Ou ainda não?
Ainda não, mas tomara
que seja, se o povo decidir…
Mas quando é que sai
a música do Carnaval?
Está para sair hoje.
Mas deve ser porque a própria Ivete quando eu estava lá em cima do trio, ela
falou: “Olha só, a minha música está aqui fazendo o papel dela, mas a música do
Carnaval é a Tays, acabou. Tem muito artista que não apoia a música, porque tem
gente que é assim, quer te ver bem, mas não melhor que ele.
Não apoia por quê?
Porque é sucesso ou faz menção ao uso de metralhadora?
Tem gente que gosta
de polemizar mesmo dizendo que faz apologia ao crime, mas a gente consegue
provar que não. Hoje, graças a Deus, o coronel geral daqui da Polícia Militar
enviou uma nota dizendo que não tem nada a ver e que tem vários artistas
cantando, e a gente faz homenagem ao paredão de som.
O que é isso?
É uma parede imensa
de caixas de som que é muito utilizada em baile funk.
Quero que você conte em pequenos detalhes no que sua vida
mudou?
Minha vida mudou
quando eu vi vários artistas me elogiando, cantando e saindo nos jornais.
Ontem, eu ia comprar pão na padaria e estava tudo legal, hoje eu não consigo
mais fazer isso.
De quanto era o cachê
quando vocês começaram?
Eu comecei com R$
350, na época.
Mas quantas pessoas
são na banda?
Hoje nós temos 16 no
total.
Como é que vocês
dividiam R$ 350 para 16 pessoas?
Não, R$ 350 só o meu,
a gente começou a tocar por R$ 4 mil, depois R$ 6 mil, aí subiu para R$ 20 mil,
R$ 50 mil.
Se eu quiser
contratar a banda hoje para um show, quanto é o cachê?
Tem valor diferente se for na Bahia ou no Rio?
Não, não tem diferença não, mas eu não sei quanto sai, tem
que falar com o financeiro.
Você tem namorado?
Não, hoje eu estou
solteira, dedicada mesmo à música.
Mas qual foi seu
último namorado?
Tem um tempinho,
desde que eu comecei a faculdade eu já estou de boa.
Então quando você começou a banda você já estava solteira?
Há muito tempo, desde
o ensino médio, com 19 anos, quando entrei na faculdade. No segundo semestre, a
banda já me pegou e eu não consegui fazer mais nada depois disso.
E o assédio aumentou?
Oh, meu querido, você não tem noção, hein.
Você acha que você ficou mais bonita depois que você ficou
famosa?
Eu tinha uns dez pretendentes antigamente, hoje eu tenho uns
30, 40. Acho que todo mundo tem mais interesse pelo fato de estar na mídia,
lógico que tem, eles desejam, eles querem as mulheres, eles nos veem com o
corpo lindo, aquela coisa sensual, então desejam pelos dois sentidos, tanto
pela Tays como pelo lado da Vingadora.
Qual o seu nível de vaidade?
Eu sou extremamente
vaidosa, na faculdade eu ia de calça colada, bolsa e hoje piorou porque eu
consigo ter o que eu não tinha antes. Hoje eu já consigo ter mais de dez pares
de sapato, posso comprar o que eu gosto, maquiagem, perfume, eu sou muito
vaidosa.
Mas você quer fazer algum tipo de modificação? Tipo botar
silicone?
Eu quero botar meu peito bem grandão. Quero mudar algumas
coisas, botar um aplique até a bunda, mas tem que melhorar, né? Peito valoriza
muito. Às vezes, testo algum figurino lindo, mas fica ruim porque não tenho
peito.
Mas qual é o seu sonho de consumo?
Meu único sonho de consumo, que eu estou focada, é comprar
uma casa. Uma casa bárbara e dizer: ‘Tays conseguiu através do trabalho, do
esforço e de Deus que está todo tempo do meu lado’. Eu era da igreja
Adventista, e minha mãe era muito severa quanto a isso, então quando eu comecei
a querer sair, conhecer o mundo, eu saí da igreja. Mas eu tenho consciência do
que é Cristo na minha vida, tudo é Deus. Ninguém acredita na história das
Vingadoras, na nossa união, as pessoas não acreditam que tudo aconteceu em tão
pouco tempo.
A sua música já
estourou em todo o Brasil. Você está fazendo muito show fora de Salvador?
A gente está tocando
nos Estados Unidos, na Disney, Miami, na Europa, em Portugal, em todo lugar a
música está tocando, nas excursões…
E no Rio já tem show
marcado?
Ainda não, mas
estamos querendo fazer. Estamos estourados aí também, quero muito tocar no Rio.
Estive no Salgueiro, no show da Preta Gil, e aí todo mundo já começou a cantar.
FONTE/ODIA